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Essa coisa de cozinhar até que tem dado certo. Ontem resolvi que queria fazer yakisoba para o almoço de hoje. O primeiro passo foi ir ao mercado comprar brócolis. Mas como é que cozinha isso? No vapor, me disseram. Como assim no vapor? Não entendo nada disso. Coloque no cuscuzeiro, ora essa! Mas eu não tenho cuscuzeiro!
Cozinhar na água foi a solução. Deu certo.
Agora vamos cortar a cebola em pétalas. Em pétalas? Sim, descamar (aprendi na internet). Coloquei a cebola no prato, enchi a boca de água e lá fui eu despetalar cebola enquanto assistia a Insensato Coração. Comecei a chorar. Não porque a Cecília fez as pazes com o Rafa, mas porque meus olhos começaram a arder. O velho truque da água na boca que minha mãe um dia me ensinou não deu certo.
E agora? Como é que faz para não chorar enquanto corta cebola? Choveram dicas no facebook. Uma me chamou bastante atenção. Interessantíssima. Colocar alguns palitos de fósforo na boca, porque aí a acidez da cebola vai para a cabeça dos palitos. Científico isso. O problema é que meu fogão é automático. Há cinco anos morando sozinha, nunca comprei palitos de fósforo. E quando falta luz? Ainda não precisei pensar nisso, e, apesar dos isqueiros em casa, vou providenciar uma caixa de fósforos para o caso das cebolas.
Cebola cortada, olhos vermelhos e irritados, hora da cenoura e do pimentão amarelo. A cenoura em rodelas e o pimentão em tiras. Enquanto isso, em insensato coração, Norma está fazendo Leo de escravo sexual. Ah, se eu tivesse um Gabriel Braga Nunes aqui em casa...
O frango já estava pronto. Aliás, esse frango merece um parêntese. É que eu havia preparado no dia anterior. Cortei em cubos, temperei e refoguei no shoyu. Tudo lindo até aí, mas como sempre acontecem pequenos desastres quando passo pela cozinha, dessa vez não haveria de ser diferente. Fui passar o frango da panela para a topwere, tropecei na mesa e caiu tudo no chão. Resultado: além de uma pia cheia de louça, ganhei um chão melecado e ainda tive que fazer o frango tudo de novo. Ai, a cozinha... juro que estou tentando me entender com ela, mas ela me testa o tempo todo e, quando menos espero, lá vem a danada e me dá uma rasteira.
Voltando ao yaki (tudo bem se, ao invés de yakisoba, eu falar yaki para economizar na digitação?), descobri que existe um molho pronto que a gente compra no supermercado. E eu achando que era só jogar tudo no shoyu. Bobinha!
Na falta do tal molho, primeiro fui buscar no google a receita caseira, mas desisti quando vi que levava óleo de gergelim, gengibre e pasta de amendoim. Quanto ao gengibre e à pasta de amendoim, tudo bem, mas óleo de gergelim? Nem sabia que existia isso.
Bom, vamos ao improviso. Na panela, coloquei uma xícara de shoyu, que precisava ficar mais docinho e consistente. Então coloquei uma colher de sopa, não muito cheia, de maisena e uma colherinha de açúcar. Era o que eu tinha em casa. Mexi até ele ganhar uma leve consistência e misturei a cenoura, a cebola, o pimentão, o brócolis e o frango (esqueci de comprar acelga). Deixei dar uma fervidinha de leve e joguei o macarrão. Dei uma mexidinha e, tchã, tchã, tchã tchã... o yaki estava prontinho da silva.
O macarrão que eu usei foi o miojo e eu ainda usei aquele tempero que vem nele. Você também pode comprar o miojo yaki, mas, como eu já tinha outro aqui em casa, resolvi aproveitar. Mais uma coisa: a cenoura, o pimentão e a cebola, eu refoguei na água antes de misturar no molho.
Quanto às medidas, use a quantidade que você acha que vai comer. Eu não sou muito boa com isso de medida. Uso a intuição. Por enquanto tem dado certo.
Se o Yaki ficou bom? Não é por nada, não, mas fez sucesso lá no meu trabalho. Pena o cartão de memória da minha câmera ter queimado e eu não ter tido vergonha na cara para comprar um novo. Ai, gente, muita preguiça de sair de casa.
Postado por Amanda Alarcão