quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Carta a um velho conhecido

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Depois de dias pensando no que escrever, finalmente criei disposição para sentar a bunda na cadeira e exercitar meus dedinhos compridos sobre um teclado duro, na intenção de encher a tela do computador de palavras para você. Ainda não sei o que dizer, mas, ainda assim, quero digitar-lhe um texto, uma carta ou coisa que o valha.

Ando um tanto filosófica ultimamente. Filosofia vazia, é verdade, mas filosofias são filosofias. Não, eu não bebi nem fumei maconha. Talvez as substâncias do álcool e da cannabis tenham se instalado de vez no meu organismo, de modo que eu, agora, fiquei assim.

É que eu ando sonhando com você. E aí já viu, né? Meus pensamentos voltaram a se voltarem para você. São sonhos de encontros casuais entre você e eu e eu fico agora imaginando como seria se isso acontecesse. Na rua, em casa, no trabalho, na faculdade, na praia, na puta que pariu, eu só tenho pensamento para você. No caminho da minha casa até o mercado, imagino você se aproximando, no shopping e nos pontos turísticos da cidade, imagino que você pode estar a passeio e aí, num susto, nos esbarramos. Muito louco isso, louco mesmo, de loucura mental.

Eu tenho ido dormir pensando em você e rezando para sonhar com você. E sonho. Fico louca querendo perguntar de você às pessoas, mas aí eu levaria uma baita de uma bronca de todas elas.

Nunca me esqueço do dia do seu aniversário, nem do dia em que tudo começou entre a gente. Maldito dia, do qual, por incrível que possa parecer, eu não me arrependo nem um pouco. Imagine só, morrer sem ter conhecido o gosto e a textura do que você tem de mais gostoso?

Nesses anos todos achei que tivesse te esquecido, mas aí volto a pensar em você e percebo que não esqueci porra nenhuma. Também, quem manda ter a pica doce? Pode se gabar, mas, na cama, você foi o melhor de todos. Não só na cama. Na verdade, o conjunto todo. A gente tinha uma sintonia que eu não consegui ter com mais ninguém. Tive um que chegou perto, mas não te superou. Cheguei a pensar que finalmente havia encontrado alguém melhor que você. Engano meu. Seu oral é muito melhor, você bate e foi o único que eu tive que gostava de levar na cara e ainda pedia mais.

Meu último namoradinho era um amor, mas foram seis meses de puro tédio. Um médico lindo e super inteligente. Você sabe o quanto sinto tesão por inteligência. Moreno, cabelos de cachinhos, barba (eu adoro uma barba, principalmente roçando aquela parte baixa e central do meu corpo, que você conhece muito bem), mas ele não dava conta de mim. Eu até gostava do bichinho, mas eu queria agressividade. Na verdade, eu busco um assim como você, com cara de canalha (todo canalha é magro, lembra?). Ele é magro, mas certinho demais pra mim. Meu outro ex tem aquele tempero baiano que eu acho uma delícia e que você não tem, mas, ainda assim, você continua sendo o número um.

Nem era isso o que eu tinha a dizer, mas aí o assunto foi surgindo naturalmente, de modo que eu acho que você ou vai rir, ou vai me achar ridícula, ou as duas coisas, ou simplesmente ignorar sem achar nada. Mas a vida é assim mesmo.

Olha, apaixonada por você, não mais, mas eu seria, fácil, sua novamente, só pra voltar a ser bem comida. Não que eu esteja mal comida, porque eu dou os meus pulos, mas não tão bem quanto quando era você quem me comia.

A vida vai bem, obrigada, mas ela estaria muito melhor com você na minha cama todos os dias.

Postado por Bárbara

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