quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Não é dor de cotovelo, é raiva

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Não que eu ainda sinta alguma coisa por ele. Realmente, não sinto absolutamente nada. Ou pelo menos achava que não sentia, até vê-lo, hoje, com ela, debaixo do guarda-chuva, com o braço esquerdo passando pela cintura dela, como um casalzinho patético. Doeu, mas não foi no coração, foi no ego.

A primeira coisa que a gente pensa nessas horas é “o que ela tem que eu não tenho?” Beleza interior, deve ser. Ou será que, naquela idade, ainda é virgem e ele quer ser o primeiro? Talvez nem seja, mas com certeza ele ainda não comeu. Ou será que comeu? Ela tem estado tão menos feia que de costume, com um certo brilho no olhar, esmalte vermelho. E o que eu tenho a ver com isso? Eles que são livres, que se explodam.

Mas por que essa raiva dela se ela nunca me fez nada? O cretino da história é ele, que dá em cima de todo mundo. Ela nem é minha amiga, não tem por que não ficar com ele, mesmo sabendo que nós dois tivemos uma historinha e que, já na época, dava em cima dele descaradamente. Mas ele dava trela, aquele mulherengo, que, depois de tudo o que me fez passar, ainda deu em cima de uma amiga minha, que tinha sido rejeitada pelo carinha que tava ficando, fazia pouco tempo. E mulher rejeitada adora quando outro começa a dar em cima dela, seja para massagear o ego, seja para levantar a autoestima e, o mais provável, para fazer ciúme no cara que a rejeitou. Pior que a cachorra me contava tudo, achando (fingindo achar, que eu sei), que era tudo muito natural. Tá, ela não tem culpa. Ele é que deveria se tocar e ter o mínimo de respeito pelos sentimentos de alguém que ele sempre disse considerar pra caralho.

Eu ainda não sei o que aconteceu pra ter sofrido tanto pelo desgraçado. Ele não me satisfazia sexualmente. Uma vez, em meio a uma discussão, a criatura teve a coragem de me chamar de mal comida. Claro, você não consegue dar conta. Falei pra ele, que até pode ser bom lá para as negas dele e para essa outra aí do guarda-chuva que nunca deve ter visto uma pica de verdade ou, se viu, não deve ter sido lá essa pica toda.

Minha autoestima afundou, mas minha raiva foi ainda maior que a profundidade do buraco para onde foi a autoestima. Tá, eu tenho ficado com outras pessoas, mas isso não vem ao caso. O caso é que ele está dando em cima daquela coisa na minha frente. Me sinto como se tivesse sido trocada.

Não, gente, eu não sinto nada por ele. É só raiva e a dor de ter sido jogada para escanteio. Juro.

Quer saber do quê mais? Que ele vá pro diabo que o carregue, porque, de pica, eu estou muito bem servida.

Postado por Renata

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