segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Com que roupa

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Depois de meses, finalmente, um friozinho. Nada assustador. Apenas um ventinho leve, chuvas fortes e dia cinza. Aqui na Bahia qualquer ventinho é motivo para se tirar do armário o estoque de agasalhos, principalmente quando se vem de um lugar onde faz frio o ano todo.

Acordei com o barulho de uma chuva torrencial. Mas cadê o frio? A chuva veio apenas para escurecer o dia e refrescar o verão de calor infernal. O climatempo anunciava mínima de 23º e máxima de 31º. Isso em Curitiba é calor dos "brabo". Aqui, é "friozinho".

Abri o armário. Finalmente usaria meu cachecol amarelo. De tecido fino, claro, porque seria inviável usar qualquer coisa de lã. Aqui na Bahia, nunca usarei meus lindos sobretudos nem minhas botas chiquérrimas, a não ser que eu vá a alguma festa de peão de boiadeiro no interior, mas a possibilidade de isso acontecer é quase inexistente. Não diria completamente, porque a vida me ensinou a "nunca dizer nunca".

Bom... tirei do armário meu cachecol amarelo de tecido leve, uma calça jeans surrada e um vestido de verde, curtinho, que eu costumo usar por cima da calça. Para calçar, uma meia preta (detesto meias brancas) e um all star preto. No cabelo, uma pequena flor de lã colorida que minha mãe fez para mim e no dedo anelar direito um anel de prata. Não esquecendo meus inseparáveis brincos de bolinhas, três em cada orelha. Não sou muito de assessórios. Nunca soube usá-los direito. Por isso, prefiro não abusar muito deles, para não correr o risco de parecer uma árvore de natal.

No rosto, uma maquiagem leve. Um lápis nos olhos, um blush clarinho e, nos lábios, um brilo cor de boca. Também não sou de maquiagens. Acho lindo uma mulher bem maquiada. Mas eu não consigo. Mesmo estando bem maquiada, me sinto uma palhaça. Culpa dos meus pais, que nunca me deixaram usar batom antes de completar 18 anos. Quando, finalmente pude usar, fui direto nos batons vermelhos da minha mãe. Fiquei ridícula.

Peguei minha bolsa de veludo preta, um guarda-chuva preto e pronto. Estava pronta para mais um dia de trabalho em Salvador.

Detesto sair na rua quando está chovendo. Se ao menos tivesse carteira de habilitação para dirigir, mas, depois de ter reprovado três vezes na prova prática, desisti. Enfim, aqui eu ando à pé ou de táxi. Moro perto do trabalho e, por isso, tenho o privilégio de ir de casa para o trabalho à pé.

E assim começou meu dia: muita chuva, pouco frio e um cachecol amarelo. Adoro essa cor.

Postado por Renata

Um comentário:

Unknown disse...

Chiquetérrima hein?
Arrasando no cachecol.;..ai só de pensar me dá brotoeja..hahahaha
aqui um calor dos infernos...
beijos

Faxina

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